Um pouco sobre a
história da cloud computing
Computação
nas nuvens não é um conceito claramente definido. Não estamos tratando de uma
tecnologia pronta que saiu dos laboratórios pelas mãos de um grupo de
pesquisadores e posteriormente foi disponibilizada no mercado. Essa
característica faz com que seja difícil identificar com precisão a sua origem.
Mas há alguns indícios bastante interessantes.
Um
deles remete ao trabalho desenvolvido por John McCarthy. Falecido em outubro de
2011, o pesquisador foi um dos principais nomes por trás da criação do que
conhecemos como inteligência artificial, com destaque para a linguagem Lisp,
até hoje aplicada em projetos que utilizam tal conceito.
Além
desse trabalho, John McCarthy tratou de uma ideia bastante importante no início
da década de 1960: computação por tempo compartilhado (time sharing), onde um
computador pode ser utilizado simultaneamente por dois ou mais usuários para a
realização de determinadas tarefas, aproveitando especialmente o intervalo de
tempo ocioso entre cada processo.
Perceba
que, dessa forma, é possível aproveitar melhor o computador (na época, um
dispositivo muito caro) e diminuir gastos, pois o usuário paga somente pelo
tempo de uso do equipamento, por exemplo. É, de certa forma, uma ideia presente
na computação nas nuvens.
Quase
que na mesma época, o físico Joseph Carl Robnett Licklider entrou para a
história ao ser um dos pioneiros da internet. Isso porque, ao fazer parte da
ARPA (Advanced Research Projects Agency), lidou com a tarefa de encontrar
outras utilidades para o computador que não fosse apenas a de ser uma
"poderosa calculadora".
Nessa
missão, Licklider acabou sendo um dos primeiros a entender que os computadores
poderiam ser usados de maneira conectada, de forma a permitir comunicação de
maneira global e, consequentemente, o compartilhamento de dados. Seu trabalho
foi determinante para a criação da Intergalactic Computer Network, que
posteriormente deu origem à ARPANET, que por sua vez "abriu as
portas" para a internet.
Embora
possamos associar várias tecnologias, conceitos e pesquisadores ao assunto, ao
juntarmos os trabalhos de John McCarthy e J.C.R. Licklider podemos ter uma
grande ajuda na tarefa de compreender a origem e a evolução da cloud computing.
No
Brasil, a tecnologia de computação em nuvem é muito recente, mas está se
tornando madura muito rapidamente. Empresas de médio, pequeno e grande porte
estão adotando a tecnologia gradativamente. O serviço começou a ser oferecido
comercialmente em 2008 e em 2012, ocorreu uma grande adoção.
No
ambiente acadêmico o Laboratório de Redes e Gerência da UFSC foi um dos
pioneiros a desenvolver pesquisas em Computação em Nuvem publicando artigos
sobre segurança, IDS (Intrusion Detection Systems) e SLA (Service Level
Agreement) para computação em nuvem. Além de implantar e gerenciar uma nuvem
privada e computação em nuvem verde.
Concluindo
Qualquer
tentativa de definir o que é cloud computing pode não ser 100% precisa. As
ideias por trás da noção de computação nas nuvens são muito novas e as opiniões
de especialistas em computação ainda divergem.
É
claro que ainda há muito trabalho a ser feito. Por exemplo, a simples ideia de
determinadas informações ficarem armazenadas em computadores de terceiros (no
caso, os fornecedores de serviço), mesmo com documentos garantindo a
privacidade e o sigilo, preocupam pessoas e, principalmente, empresas, razão
qual esse aspecto precisa ser melhor estudado.
De
qualquer forma, a computação em nuvem é um caminho sem volta. A constante
ampliação dos serviços de acesso à internet e o advento dos dispositivos móveis
(smartphones, tablets, smartwatches e semelhantes) abrem cada vez mais espaço
para as aplicações nas nuvens - um conceito depende do outro para gerar valor a
usuários e organizações.
Vídeo:
Palestra Campus Party
https://www.youtube.com/watch?v=GDVQV643-BA
Fontes:
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